Produção de veículos no Rio Grande do Sul cresceu 73% em 2019
Presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes fala sobre a importância da indústria gaúcha e as perspectivas para 2020
O Rio Grande do Sul foi o Estado que mais contribuiu para o aumento da produção nacional de veículos em 2019, revelou o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, durante encontro com jornalistas em Porto Alegre. O crescimento foi de 73% em relação a 2018, totalizando 317 mil unidades. O RS tem 9 fábricas de veículos e implementos e 362 empresas produtoras de autopeças. Já em relação às vendas, no Brasil o incremento foi de 8,6% na comparação com 2018, totalizando 2,57 milhões de unidades. O resultado foi possível apesar da queda de 31,9% registrada nas exportações devido à grave crise argentina.
Quantos veículos o Estado produziu em 2019?
Luiz Carlos Moraes - O RS foi muito importante no cenário nacional, pois produziu 317 mil unidades, mais de 10% da produção do País, puxado pela Agrale e principalmente General Motors. No setor agrícola há nove fábricas e por isso é tão importante.
Quais são as projeções para 2020?
Moraes - Acreditamos que o PIB vai crescer 2,5% neste ano e, auxiliado pela queda de juros, estimamos vender 3,050 milhões de veículos no mercado interno. Para a produção, acreditamos que seja possível atingir 3,160 milhões, um crescimento de mais de 7%. Ainda é pouco perto do que a gente já foi no passado, mas estamos voltando a ter uma indústria muito importante na escala global.
Se essa projeção se concretizar, também deve ajudar o País a melhorar sua posição no ranking mundial dos maiores produtores?
Moraes - Nós já fomos o quarto maior mercado mundial, caímos para oitavo na época da crise e a nossa expectativa é fechar agora em sexto. Temos condições de voltar a ser o quarto maior mercado do mundo, o que é importante e motivo de muito orgulho para o Brasil.
Quais os caminhos para o aumento da competitividade internacional do carro produzido no Brasil?
Moraes - Temos que reduzir o custo Brasil. A carga tributária sobre um veículo no País varia de 37% a 44% do valor. Nos EUA, é de 6%. Estudo feito com cinco montadoras que produzem aqui e também no México revelou que fabricar o mesmo modelo no México custa 18% menos. Hoje, 60% da nossa exportação vai para a Argentina, mas a nossa participação em outros mercados da América Latina é medíocre.
Fonte: Jornal NH
31 de Janeiro de 2020